Ao longo do ano de 2024, alunos do ensino médio e professores da Escola da Mata se dedicaram à montagem e apresentação da peça “A Chama Sagrada”. Escrita em versos por Gottfried Richter e baseada em uma das lendas cristãs da escritora sueca Selma Lagerlöf, a peça foi traduzida do alemão para o português por Mônica von Beckedorff, e posteriormente recriada em versos por Ruth Salles. A narrativa conta a jornada de um cavaleiro e sua transformação interior, trazendo simbolismos profundos sobre orgulho, superação e transformação.

O teatro, além de ser uma poderosa forma de expressão artística, tem um impacto significativo no desenvolvimento pessoal de quem se envolve nele. Durante os ensaios e a construção da peça, pudemos observar a transformação dos jovens participantes, especialmente no que diz respeito à expressividade, articulação e capacidade de se colocar diante do público. A arte cênica exige entrega e coragem, e os participantes, ao longo do processo, exercitaram habilidades essenciais para a vida, como autoconfiança, empatia e trabalho em equipe.

O processo de construção coletiva foi outro aspecto marcante desse projeto. Trabalhamos juntos não apenas nos ensaios, mas também na criação do cenário, na confecção dos figurinos e na adaptação do texto para que ficasse mais “a nossa cara”. Como qualquer trajetória desafiadora, encontramos obstáculos no caminho. Houve momentos de desmotivação, cansaço e insegurança, mas o espírito de grupo sempre prevaleceu: quando um desanimava, outro trazia motivação, e assim seguimos firmes até o dia da nossa estreia!

Ao final de quase um ano de ensaios, chegou o tão esperado momento da apresentação. No palco, não éramos apenas personagens de uma história medieval; éramos nós mesmos, transformados pela experiência, pela dedicação e pelo esforço conjunto. O orgulho e a felicidade que sentimos ao ver o resultado final foram indescritíveis. “A Chama Sagrada” nos ensinou que, assim como Raniero, cada um de nós carrega uma chama dentro de si — e que é no caminho, e não apenas no destino, que nos transformamos verdadeiramente.

Que essa experiência inspire novas montagens, novos desafios e, acima de tudo, a continuidade do desenvolvimento da arte em suas diversas formas como parte essencial da nossa vivência na Escola da Mata!